sexta-feira, 13 de novembro de 2009

OS RÍTMOS DA DANÇA DO VENTRE.



Ayyub, Um ritmo de Dança do Ventre Simples
É um ritmo 2/4 simples e rápido, usado para acelerar (ou “aquecer”) uma apresentação de dança do ventre
Ele se encaixa bem com outros ritmos, e geralmente é utilizado para “acentuar” outro ritmo. Não é executado durante tempos muito longos, pois torna-se monótono.


Ritmo de Dança do Ventre Baladi
Este é um ritmo inserido no grupo dos derivados do Maqsum. Maqsum simples é a base de muitos ritmos e especialmente importante na música egípcia. Se você escuta música oriental com acopanhamento de percussão, certamente reconhece o tradicional DT-TD-D do Maqsum.

Na dança do ventre o Baladi é uma versão folclórica do significado da terra, do campo e envolve no Egito um pouco de regionalismo Maqsum, caracterizado pelos familiares dois dums que lideram a frase.

Este ritmo é muito típico e é encontrado com freqüência na música para dança do ventre . O Dum duplo tende a submergir quando há acompanhamento melódico por isso, às vezes, pode não ser ouvido de imediato, então utiliza-se como base, uma versão simples de Maqsum.

Existem inúmeras variações do Baladi, e algumas possuem seu próprio nome, como por exemplo o Masmoudi Saghir (Masmoudi “pela metade”). Alguns músicos afirmam que o Baladi é, na verdade, uma versão folclórica do Maqsoum.
D - D - t k t - D - t k t

Ritmo de Dança do Ventre Chiftitelli

Ritmo 8/4, que é executado lentamente (comparando-o ao Baladi, por exemplo). Originou-se provavelmente na Grécia ou na Turquia. Além de ser utilizado na Raks Charky, também é utilizado na Turquia, como dança de casais.
D - t k t - t - t k t - t - t k t - t k t - t k t


El Zaffa, Ritmo de Dança do Ventre Utilizado em Cerimonias.

Ritmo 4/4 egípcio utilizado em cerimônias de casamento. Dançarinos e músicos (tocando MAZHAR E DAFF) acompanham o casal de noivos, na entrada e na saída da cerimônia.

Fallahi, ritmo 2/4 para Dança do Ventre
A palavra Fallahi significa algo criado por um Fallahin - fazendeiros egípcios, que utilizavam este ritmo 2/4 nas suas canções de celebração. Geralmente é tocado duas vezes mais rápido que o Maqsoum.


Karachi, um ritmo rápido para dançar a dança do ventre
Ritmo 2/4, rápido, amplamente utilizado no Egito e no norte da África (apesar de não ser um ritmo egípcio). Este não é um ritmo comum, porque ele começa com um TAK (que é uma batida aguda, diferente do DUM, que é uma batida grave).

Para entrar e sair do palco durante sua apresentação de dança do ventre, o ritmo Malfuf
Ritmo 2/4 egípcio bastante utilizado na dança do ventre, sobretudo nas entradas e saídas do palco.


Maqsoum
Maqsoum significa “cortado ao meio”. É um ritmo de dança do ventre 4/4 amplamente utilizado no Egito. Possui duas variações, uma rápida (normal) e uma lenta. Se tocado da forma mais lenta, torna-se uma variação de Masmoudi.

Masmoudi
Ritmo de dança do ventre 8/4 egípcio. Possui duas partes, cada uma com 4 tempos. O Masmoudi Kebir (Kebir = grande) é também chamado “Masmoudi de Guerra”, devido à sua cadência agressiva (ele se distingue do Masmoudi Saghir).

Saaid
Ritmo 4/4 pra dança do ventre , originário de El Saaid, no Alto Egito (era chamada originalmente Raks Al Assaya). Ritmo utilizado para a Dança da Bengala (ou Dança do Bastão), muito praticada pelas mulheres egípcias (às vezes acompanhadas de homens, executando movimentos masculinos), onde são utilizadas bengalas ou longos bastões. Ela é uma referência a uma dança marcial masculina chamada Tahtib.

Samaai, ritmos para a musica classica de dança do ventre
Ritmo amplamente utilizado na música clássica egípcia. Possui uma sequência de três partes: uma com 3 tempos, uma com 4 tempos e uma com 3 tempos. Juntas, compõem um ritmo 10/8 utilizado nas composições chamadas Samaaiat.

Soudi,
Ritmo utilizado para o Khalij (dança folclórica do Golfo Pérsico).

Taqsim
É uma improvisação que não possui ritmo ou estrutura definido. Pode representar o solo de um determinado instrumentista dentro de uma composição, ou mesmo constituir a própria composição. É tocado sem instrumentos de percussão e frequentemente por um só instrumento. Tradicionalmente, é utilizado para fazer a parte lenta de uma música. O músico está livre para fazer o que quiser, favorecendo um momento especial de expressão pessoal.

Vals
Ritmo de dança do ventre ¾ utilizado na música egípcia e também na música ocidental.

Zaar
Ritmo de dança do ventre 2/4. A dança egípcia Zaar é realizada para afastar os maus espíritos. São feitas oferendas de caças, carneiros, cabras, novilhos ou camelos jovens, num tipo de ritual.

Solo de Percussão
Um solo reunindo variados ritmos árabes no qual, entre os instrumentos de percussão, destaca-se o Derbak instrumento especial para acompanhar a dançarina da dança do ventre

As modalidades da dança do ventre e suas características

A dança do ventre que estudamos nos dias de hoje é proveniente do Egito. É dela que temos os passos básicos antes de sua transformação ( mais a nível de deslocamentos e giros).

Estudando sua origem, descobrimos que a dança do ventre tem um caráter de ritual sagrado além de seu aspecto folclórico e sua forma tradicional (baladi). Concluímos que haja daí, danças com caráter de ritual.

Dança Tradicional -
Consideramos dança tradicional aquela executada no país que consideramos berço da dança do ventre para o mundo na sua forma mais original e aquelas oriundas diretamente desta.

Subdividimos então o estilo tradicional em:

BALADY –

Consideramos dança tradicional aquela mais comum e proveniente do Cairo já que constatamos ser o Egito o berço da dança do ventre para o mundo.

Segundo Claudia Cenci a dança tradicional egípcia é a dança chamada Balady, dança de camponesas egípcias com pouca ou nenhuma movimentação de braços e deslocamentos e ênfase nos movimentos de quadril.

O Baladi é uma dança popular dançada em caráter solo. Sua música contém improviso de um músico solando (taksim) e histórias de amor cantadas chamadas mawales.

A partir desta dança novas "correntes" expandiram-se e através das várias influências que sofreu: ásiática, conferindo-lhe graça e postura, Índia e Pérsia, movimentos da cabeça, mãos e braços e da Turquia as ondulações, fizeram surgir um novo estilo de dança, a Raks el Sharqi , a dança clássica do mundo árabe.

RAKS EL SHARQI –

Clássico - A dança clássica utiliza-se de músicas, em sua maioria compostas para a bailarina, propondo ritmos de entrada desta em cena, o desenvolvimento da música com altos e baixos e vários ritmos e o grande final, onde a bailarina deve deixar o palco dançando.

Este estilo de dança utiliza-se muito de passos do ballet clássico como arabeske, giros, chassê, etc. A ênfase é o uso mais da parte superior do corpo do que a de baixo. Este estilo de música foi imortalizada por Om Kalsoum, cantora libanesa que cantava com profunda emoção.

Suas músicas chegavam a durar uma hora e suas apresentações eram motivo de feriado para os árabes. Já a dança moderna é popular no oriente e utilizada para boates, rádios, etc.

Moderno: Muitas das músicas de Oum Koulsoum tiveram trechos regravados de forma mais moderna, além disso surgiram novos cantores com características mais populares com certa influência ocidental porém permanecendo seus ritmos característicos.

O que diferencia o clássico e o moderno do balady são as músicas utilizadas para ilustrá-los, não com ritmos pré-detrminados, mas com estilo da música, influenciando diretamente em sua movimentação.

RAKS ESTA ARADI –
A partir do Sharqi e dos filmes de musicais egípcios surge outro estilo de dança a Raks Esta Aradi ou dança-show, fazendo uma alusão aos filmes de Holywood. Folclórico-
As danças folclóricas são de origem de alguma região específica ressaltando suas características e hábitos que repetidos dia após dia, tomam forma transformando-se em música poesia e movimento. Etimologia da palavra folclore: folk= povo, nação, raça e lore= conhecimento, educação.

As danças folclóricas ultrapassam gerações, Sua característica principal é a integração e respeito a costumes e tradições. Está ligada diretamente com o modo de vestir, músicas regionais e modo de vida do povo de origem. Concluímos por tanto, que as danças folclóricas utilizam-se de músicas e vestes específicas e que sua dança ressalta algum costume do povo de sua origem.

Desta forma para executá-la, é preciso, com base nestas informações, interpretar todo este ambiente. Ritualística - Esta é a segmentação da dança que resguarda seus aspectos de origem religiosa ou ainda que retrata algum costume do povo árabe personificando suas superstições.

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