quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A ORIGEM DA DANÇA DO VENTRE.

Muita polêmica e incerta é a origem da Dança do Ventre. Ao pesquisar sua origem sempre se chega à seguinte conclusão: “Não há registros concretos que provem com exatidão e clareza, a origem da Dança do Ventre”. Em decorrência disso, dissertaremos baseadas em hipóteses e, ao mesmo tempo, em certezas.
No princípio, “os nomes reais” da Dança do Ventre eram:
- Dança Oriental, conhecida pelos orientais e nos países árabes. Todavia, o nome não é mais utilizado porque o termo ORIENTAL também designa países como Japão, China, que não fazem parte do contexto aqui mencionado.
- Racks el Chark, que significa Dança do Leste, local onde o sol nasce. É o oposto de tudo, desconhecido, pouco claro, em decorrência da noite, da escuridão. O Sol também é o alimento e a fonte de energia para tudo e todos.

O nome “Dança do Ventre” foi dado pelos Franceses para aquela dança na qual “a bailarina mexia o estômago e o quadril de forma voluptuosa, ao som de ritmos orientais”.
A Dança é uma das mais belas e antigas artes, pois através dela, o homem passa a perceber o seu corpo de maneira instintiva.
Há mais ou menos 12.000 anos, antes, inclusive, do antigo Egito, numa época remota, já existiam danças ritualistas feitas para algumas finalidades.
Havia, por exemplo, a dança da fecundidade, em que as mulheres ao redor das fogueiras –símbolo de luz e alimento para os primitivos -, balançavam o quadril, pulsavam o ventre e contorciam-se como serpentes, em louvor à Deusa-mãe. Existiam, também, danças com sacrifícios para oferendas, rituais culturais, funerais etc; feitos por tribos bárbaras e nômades, dos desertos.
No Antigo Egito a Dança Ritualística tinha um caráter Sagrado, intimamente ligado à história e aos costumes. Viver no Vale do Rio Nilo equivalia estar destinado a uma rotina e geografia extremamente simples. Para os egípcios, tudo estava baseado e apoiado na hierarquia de seus Deuses e suas crenças.
Assim sendo, Sacerdotisas Egípcias costumavam usar movimentos ondulatórios e batidas do ventre e do quadril para reverenciar Deuses como Ísis, Osíris, Hathor. Além disso, acredita-se que estes movimentos estavam associados à fertilidade, sendo praticados em rituais e cultos em Templos, homenageando a grande mãe pelo seu poder de dar e manter a vida.
Com a invasão dos árabes no Egito, e uma série de migrações em um período conturbado de guerras, a Dança do Ventre passou a ser conhecida por outros povos, que a adquiriram para a sua cultura e modificaram-na de acordo com suas crenças e desejos.
A primeira modificação foi a perda do caráter religioso. Por isso é tão difícil e complexo falar sobre esta dança que, devido ao seu histórico, em cada país possui um sentido e uma tendência.
A Dança do Ventre tem seguido um processo evolutivo e tem sido praticada em inúmeros tipos de cenários como, palácios, mercados, praças e até em bordéis. A sua história acompanha a da humanidade, e deste fato não se pode fugir. Ela promove uma ligação direta entre o folclórico, o improviso e a imaginação individual de cada bailarina; um equilíbrio entre a regra e a liberdade de expressar seus sentimentos e movimentos.
Apesar de toda imensidão que abrange, a Dança do Ventre é conhecida e considerada representante do mundo árabe e está intimamente ligada a sua música e seus ritmos de percussão. Ao contrário do que muitos imaginam, em cada ritmo árabe existe um componente primordial, que é a improvisação.
Por fim, vale ressaltar os nomes das grandes bailarinas árabes em que, de inúmeras formas contribuíram para a história da Racks el Chark: Tahia Carioca, Nadia Gamall, Sâmia Gamall, Nagwa Fuad, entre outras.
No Brasil, dentre inúmeros, contamos com dois nomes que, sem dúvida, também contribuíram para a história da Dança do Ventre: Shahrazade, a introdutora do Racks el Chark no País, e Samira, uma das grandes inovadoras e pioneiras da Dança.
Durante a dança um tipo de exaltação (lí,li,li,li...) é muito comum entre os povos das aldeias e daqueles que vivem nos desertos, também chamados beduínos. É uma espécie de aclamação à bailarina pela beleza de sua dança.
A verdadeira dança do ventre não deve ser confundida com a imagem publicitária que faz da bailarina um objeto sexual. A sensualidade existe, sem dúvida, mas envolta num clima de magia e misticismo sublimes.
É uma dança milenar, portanto, tem um peso cultural que merece ser respeitado

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